Para calcular a incidência de ferrugem na lavoura são utilizados coletores de esporos?
A ferrugem asiática é causada por um fungo (Phakopsora pachyrhizi) que apresenta dispersão aérea. Na América do Sul existe uma sequência de semeaduras que inicia na Bolívia, passa pelo Paraguai e chega ao Brasil. Com isto, é observado uma janela de semeadura que inicia em julho e termina em fevereiro. Consequentemente, uma sequência de colheitas que inicia em outubro e termina em maio.
Exatamente nas colheitas é que uma nuvem significativa de esporos se aloja no ar e, à uma velocidade de 90km/dia, se desloca ao sabor das correntes aéreas. A DigiFarmz utiliza estas informações para alimentar os modelos epidemiológicos que explicam o desenvolvimento das epidemias.
Para se entender a importância de um modelo epidemiológico no contexto da DigiFarmz, é considerado a existência progressivamente maior de esporos (a partir de outubro) mas cuja efetivação da doença vai depender das condições climáticas no local de cada lavoura. Mesmo que haja esporos no ar, se houver uma condição climática mínima, não haverá doença. Contudo, a DigiFarmz está em busca de soluções que quantifiquem o número de esporos, não somente de ferrugem, mas de todos os patógenos, em tempo real. Não faz sentido a geração de um dado com um atraso de 5 dias, para que os programas de controle sejam corrigidos.
É necessário que a informação de inóculo do ar seja disponibilizada em tempo real, agregando maior precisão. De qualquer forma, os modelos que dispomos são suficientes para dar a precisão necessária aos nossos modelos, possibilitando uma eficácia de controle elevada.