Com o maior plantel de suínos da história (1 bilhão de animais, segundo estimativas recentes), a China segue como principal força de sustentação do mercado global de soja. A demanda crescente do país por grão in natura (e não industrializados, como farelo ou óleo) reforça a relevância do Brasil como principal fornecedor.
Em 2025, a China deve ultrapassar a marca de 104 milhões de toneladas de soja importadas, ampliando sua participação frente a anos anteriores. Do total exportado pelo Brasil, cerca de 70% tem como destino o mercado chinês, evidenciando a dependência da demanda asiática na formação de preços.
Outro dado relevante: o prêmio pago pela soja brasileira se valorizou fortemente. Até o início do ano, o valor estava em torno de -40 cents por bushel; agora, contratos de agosto já sinalizam +1,50 dólar por bushel, refletindo a preferência pela origem brasileira em detrimento da soja americana, que continua sendo penalizada por tarifas e sanções comerciais.
Mesmo com a estabilização da população chinesa, o aumento no poder de compra e na demanda por proteína animal sustenta a tendência altista. Para o Brasil, esse contexto representa oportunidade — especialmente diante de um cenário em que os estoques finais estão estimados em 5,4 milhões de toneladas, e as exportações já superam em 14% a média dos últimos 5 anos.